Em tempos de pandemia, a indústria brasileira tem sofrido um grande impacto e pouco tem sido posto em prática para garantir a retomada das atividades comerciais e industriais de forma segura para ambos colaboradores e clientes.
A pesquisa “Sondagem Industrial” mostra um recuo sem precedentes na atividade industrial brasileira na passagem de março para abril deste ano, devido aos efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus, conforme informado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 20 de Maio de 2020.
A nova contração da atividade industrial provocou o recuo de 9 pontos percentuais da utilização da capacidade instalada de março para abril, indo para 49%. Esse dado indica que mais da metade da capacidade instalada da indústria ficou ociosa em Abril!
Ainda, de acordo com o boletim do IPEA de Maio na comparação interanual, as vendas caíram 44,5% comparado à abril de 2019.
A implementação das medidas de isolamento social, associado à paralisação de uma ampla gama de atividades produtivas e a queda das demandas interna e externa vêm causando uma forte retração nos indicadores setoriais.
Diante da fragilidade da economia nacional, torna-se necessária a retomada do processo produtivo, e consequente retomada das atividades econômicas.
Retomada das atividades
Estamos vendo um achatamento da curva de contágio acontecendo em algumas cidades e municípios. Alguns governantes, pressionados pelos pífios resultados econômicos, pelos empresários e pela sociedade civil para a retomada das atividades e sua normalidade começaram a relaxar as medidas de isolamento social permitindo a retomada escalonada de atividades.
Contudo, é necessário refletir sobre como acontecerá esta retomada às atividades e quais impactos serão percebidos em maior ou menor escala pelas empresas e seus funcionários no cenário após o primeiro ciclo da pandemia.
Como observado em países que tiveram a contaminação antes do Brasil, muitos deles verificaram novos casos após a retomada das atividades, já que o fim do isolamento não significa o fim da pandemia, uma vez que o vírus seguirá circulando. Mas então, como retomar as atividades econômicas, sem expor colaboradores e clientes?
Segurança de trabalho no “novo normal”
Medidas extraordinárias deverão ser adotadas pelas empresas e devem levar em consideração, principalmente, o fator de exposição de contágio ao vírus dos seus colaboradores nos demais ciclos do processo da pandemia, seja no percurso até a empresa ou dentro dela.
O caminho a ser tomado depende das características de cada atividade, mas em todos os casos é necessário um olhar especializado para a adoção das melhores medidas. Segundo o guia da FIRJAN com orientações para a retomadas 3 eixos deverão ser considerados:
Adequação no ambiente de trabalho, que trata de desinfecção e limpeza; sinalização e adequação de layouts em ambientes de uso coletivo para manter o distanciamento; medidas administrativas; comunicação, treinamento e orientações;
Novas rotinas de trabalho em tempos de COVID-19, que orienta sobre uso de máscara ou outro tipo de proteção facial; higienização pessoal; alterações emocionais e saúde mental; e mudança do horário dos turnos ou redução de jornada, para atender as necessidades de distanciamento social;
Ciclo de cuidado com as pessoas, que orienta sobre imunização dos trabalhadores para outras doenças como sarampo e influenza; monitoramento da saúde dos trabalhadores assintomáticos; manejo para identificação de casos suspeitos; acompanhamento do retorno ao trabalho de infectados recuperados; e exames diagnósticos.
Sem dúvidas, este será mais um desafio para as empresas que deverão contar com sua equipe interna de segurança do trabalho, que deverá ser capacitada para essas novas orientações e sobretudo poder disseminar junto a toda equipe esse novo comportamento comunicando de forma clara os novos protocolos e orientando como proceder nesse período em que as atividades precisam ser retomadas mas ainda sob a circulação do vírus.
Novas tecnologias auxiliares
Neste contexto, novas tecnologias foram rapidamente desenvolvidas ou adequadas para atender essa nova demanda, complementando o uso obrigatório de máscaras para a circulação ou permanência em ambientes coletivos.
Vejam alguns exemplos:
Equipamento que alerta a proximidade com outra pessoa quando inferior a 2m
Vídeo exemplificando o uso e funcionamento do Dispositivo de distanciamento social
Sensores de fácil instalação e uso, que realizam contagem automática de presença e lotação de ambientes para assegurar a ocupação adequada ao ambiente evitando assim aglomeração
…e muito mais!
Termômetros infravermelho que não precisam de contato físico para realizar a medição da temperatura da pessoa, de forma prática, segura e rápida, tendo alguns inclusive mira laser que auxilia na identificação do local medido;
Oxímetros indicados para além de checar os batimentos cardíacos no pulso ele mede os níveis de saturação do oxigênio no sangue de uma forma precisa;
Face shield, equipamento simples de baixo nível tecnológico mas que protegem de forma eficiente o colaborador que precisa se comunicar com outras pessoas.
Quando uma empresa adota medidas preventivas e proporciona aos seus colaboradores um ambiente seguro, ela não está apenas cumprindo com o seu papel mas também está mostrando o seu comprometimento com o bem estar e saúde do seu colaborador que deve estar em primeiro lugar.
A postura da empresa neste momento impacta a sua marca e reputação com a forma que está realizando o enfrentamento e seu comprometimento social e solidário com seus colaboradores e clientes.
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